UM
grupo de cidadãos “inconformados” com a crise política na Guiné-Bissau
voltou sábado a manifestar-se pacificamente em Bissau para exigir a
renúncia ao cargo do Presidente do país, José Mário Vaz.
A
manifestação, que juntou na sua maioria jovens, saiu da rotunda do
aeroporto para terminar, por imposição do Governo, em frente à sede do
Benfica de Bissau, onde os organizadores gritaram palavras de ordens
contra o chefe do Estado."Jomav rua, Jomav fora", gritaram os manifestantes, usando o nome pelo qual o Presidente é conhecido. No seu entender, é o chefe de Estado o responsável pela persistência da crise que dura há mais de ano e meio.
Quando ao facto de a polícia ter mantido um cordão de segurança que impediu a manifestação de chegar às imediações do palácio presidencial, Lesmes Monteiro, um dos líderes do Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI), referiu que da próxima vez os participantes vão "até debaixo da cama do Jomav, se for preciso".
O presidente do MCCI, Sana Canté, afirmou que, apesar de o Governo ter anunciado que a manifestação visava destruir bens de figuras que lhe são próximas, a marcha decorreu de forma pacífica e assim vai continuar até que José Mário Vaz deixe o cargo.
Tony Goia, também dirigente do MCCI, enalteceu "a coragem crescente dos jovens", mas apelou-os a participarem mais em "acções de protesto democrático".
"Podemos mudar o paradigma deste país, basta só querermos", defendeu Tony Goia.
A manifestação terminou de forma pacífica ao som de música, com os manifestantes em passos de dança. Houve momentos em que os manifestantes pediram salvas de palmas para a polícia que se encontrava a manter a segurança no local.
"Esses polícias são nossos irmãos, também sabem o que se passa no nosso país", considerou Fatumata Baldé, a única mulher a subir ao palanque para falar "em nome de todas as mulheres" da Guiné-Bissau e mais uma vez para exigir “a renúncia do Presidente Jomav".
José Mário Vaz foi eleito Presidente em 2014 para um mandato de cinco anos e desde então já nomeou cinco governos.
Manifestações contra pela saída do chefe de Estado têm sido cada vez mais frequentes na Guiné-Bissau nos últimos meses. – LUSA
Nenhum comentário:
Write comentários