Você já parou pra pensar como o nosso cérebro lida com substâncias alucinógenas? Alguns cientistas estão fazendo exatamente isso: investigando como exatamente a Liamba deixa as pessoas chapadas e como os receptores do cérebro lidam com a droga.
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Publicado na revista The Cell, um estudo realizado por uma equipe de cientistas de várias partes do mundo revela a estrutura molecular do receptor canabinoide tipo 1 (CB1), o receptor do nosso cérebro que processa o THC – tetraidrocanabinol, a principal substância psicoactiva encontrada nas plantas do gênero Cannabis.
O grupo de especialistas, de oito diferentes universidades da China e dos Estados Unidos, desenvolveu uma molécula que congela o receptor canabinoide tipo 1 por tempo o suficiente para que seja possível enxergar sua estrutura molecular. Depois de conseguirem visualizar o CB1, eles criaram uma simulação computacional que mostra como o THC interage com ele.
Os nossos receptores possuem um local onde outras moléculas podem interagir para ativá-lo ou desativá-lo, chamado de centro ativo. O cientista que desenvolveu a tecnologia que congelou o receptor CB1, Alexandros Makriyannis, disse ao The Verge que “foi interessante ver que o centro ativo possui muitas brechas, com muitas áreas dentro dele e que não esperava que fosse tão intrincado.”
Isso significa que diferentes tipos de moléculas podem interagir com o centro ativo e a partir disso há a oportunidade de projetar moléculas específicas e drogas que poderiam, por exemplo, diminuir o apetite sem causar depressão.
Além disso, mapear a estrutura molecular do CB1 foi uma grande façanha, já que o receptor se move constantemente. Com essa descoberta, eles conseguirão fazer pesquisas mais aprofundadas sobre a Liamba e seus efeitos colaterais, principalmente sobre os perigos da liamba sintética.
[The Cell via The Verge]
Imagem do topo: Yekaterina Kadyshevskaya, The Stevens Laboratory, Universidade do Sul da Califórnia.
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