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05/02/2018

Hotel de luxo serve de prisão para príncipes milionários

O combate à corrupção na Arábia Saudita é um assunto que está a ser levado muito a sério pelas autoridades do reino. Tão a sério que não poupa príncipes, ministros ou empresários. Ninguém parece estar acima da lei.

Que o digam os mais de 200 príncipes que estavam entre um grupo de 350 pessoas que incluíam ministros e homens de negócios suspeitos de terem violado a lei que durante três meses estiveram detidos num hotel de luxo na cidade de Riade e de onde só saíram depois de pagar, cada um, um bilião de dólares norte-americanos.
Mas, com gente tão importante supostamente envolvida em casos de corrupção, havia que encontrar um local adequado que estivesse ao seu nível, sobretudo porque se tratam de “suspeitos” ainda sem qualquer acusação formada e por isso merecedores da presunção de inocência. O local escolhido acabou por recair no luxuoso Hotel Ritz-Carlton, em Riade, capital da Arábia Saudita. 
As detenções ocorreram após a criação de uma comissão anti-corrupção presidida pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o novo homem forte do país.
 Um dos primeiros a ser libertado foi o príncipe Al-Walidben Talal, de 62 anos de idade, quase três meses após a sua prisão, na sequência de uma vasta investigação anti-corrupção.
Além do príncipe, têm estado a ser libertadas várias outras personalidades, tendo as autoridades indicado que a maioria aceitou um acordo financeiro em troca da sua libertação.
Entre os detidos encontravam-se dois dos filhos do falecido rei Abdullah, um dos quais, o príncipe Miteb bin Abdullah que chefiava o corpo da Guarda Nacional. No âmbito da investigação, cerca de 1.700 contas bancárias pertencentes aos detidos foram entretanto congeladas, não tendo sido indicado o montante global financeiro que essa acção implica.
Indemnizações milionárias
De acordo com informações postas a circular pela imprensa saudita, o príncipe Miteb bin Abdullah, para ser libertado após três semanas de detenção, teve que indemnizar o Estado em cerca de um bilião de dólares.
Embora não haja uma informação oficial sobre o assunto, especula-se em Riade que as restantes pessoas libertadas terão pago o mesmo valor, o que significa que os cofres do reino arrecadaram de uma só vez cerca de 350 biliões de dólares. Mas, sem dúvida, a detenção mais importante, em termos de impacto político, foi a do príncipe Miteb bin Abdullah, filho do falecido rei Abdullah e que aos 65 anos de idade ainda comandava a poderosa Guarda Nacional, uma força de elite composta por 100 mil militares fortemente armados e extraordinariamente bem preparados.
Nos últimos dias estavam a circular rumores sobre o aumentar da rivalidade entre o filho do rei Abdullah e do seu primo, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, filho do actual detentor do trono, o rei Salman bin Abdulaziz Al Saud. 
Alguns sectores críticos do príncipe herdeiro dizem que este criou o comité anti-corrupção para silenciar e manietar todos aqueles que não lhe reconhecem legitimidade para ser o primeiro na linha de sucessão ao trono.
Na mesma prisão esteve um outro filho do falecido rei Abdullah, o príncipe Turki bin Abdullah, antigo governador de Riade, o investidor bilionário príncipe Alwaleed bin Talal, o director do principal canal de televisão do país, um antigo presidente do Tribunal Supremo e o antigo director do Departamento da Autoridade para o Investimento.
Todas estas personalidades estavam a ser visadas como fazendo parte de uma equipa de resistência à nova estratégia governativa desencadeada pelo príncipe Mohammed bin Salman, especialmente aos esforços que este estava e está a fazer para combater a corrupção e acabar com a secular desigualdade entre homens e mulheres.
  
O príncipe reformador
O príncipe Mohammed bin Salman, de 32 anos, filho do rei Salman bin Abdulaziz Al Saud, que após uma ascensão meteórica tornou-se o herdeiro do trono da Arábia Saudita em Junho de 2017, propôs-se reformar este reino ultraconservador usando mão de ferro contra a corrupção. Nos últimos meses, o príncipe Mohammed bin Salman lançou um pacote de reformas que marcaram a maior transformação cultural e económica da história moderna de um reino onde metade da população (31 milhões de pessoas) tem menos de 25 anos.
Determinado a diminuir o poder  dos meios religiosos sobre a sociedade, prometeu em Outubro uma Arábia Saudita “moderada”, que praticasse um Islão “tolerante e aberto”. 
A partir daí, as mulheres obtiveram em Setembro o direito a conduzir carros - decisão histórica da qual se considera o inspirador -, logo abrirão as salas de cinema. Antes, as sauditas puderam celebrar a festa nacional juntamente com os homens num estádio de futebol, algo nunca antes visto. 
Segundo os especialistas, essas mudanças não teriam sido possíveis sem a detenção em Setembro do ano passado de dezenas de religiosos e intelectuais, medida que foi percebida como uma demonstração de força para evidenciar o seu poder. Mohammed  foi nomeado vice-príncipe herdeiro em 29 de Abril de 2015.


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